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A autossustentação da organização revolucionária da juventude: único caminho possível para a revolução

A cada dia que passa, a luta de classes se torna mais encarniçada no nosso país e no mundo. Temos acompanhado o massacre do povo palestino promovido por Israel e os EUA, a constante retirada de direitos da classe trabalhadora, a crescente repressão aos movimentos sociais, as tentativas de golpe promovidas pelos fascistas, etc., por outro lado o aumento das mobilizações populares como a greve dos trabalhadores das montadoras de automóveis no coração do capitalismo, os EUA (para saber mais veja A Verdade, n° 280); as revoltas populares na América Latina nos últimos anos. Tudo isso são demonstrações de que a luta de classes se aprofunda e ganha novos contornos. Isso significa, também, que mais necessária ainda se torna a construção de uma organização revolucionária da classe trabalhadora e da juventude, capaz de derrubar o apodrecido sistema capitalista.

Mas como deve ser a construção dessa organização? O Manifesto do Partido Comunista, escrito por K. Marx e F. Engels e publicado em 1848 esboça a necessidade da construção de uma organização independente do proletariado para que essa pudesse travar sua luta pelo poder. A história prova que, só com uma organização própria, experimentada e temperada no fogo da luta de classes é que o proletariado é capaz de se fortalecer em sua luta para realizar uma revolução que ponha fim à exploração capitalista. 

Em sua luta diária, a organização proletária precisa ter um programa próprio; um plano estratégico que identifique seus inimigos e aliados; e fundamentalmente, uma atuação cotidiana com a classe operária para armar os trabalhadores política e ideologicamente.


Independência política e financeira


No capitalismo, tudo, do alfinete à fábrica gigantesca, e até mesmo a força de trabalho humana, é comprado e vendido, tomando a forma de mercadoria.”.A burguesia transforma “[...] qualquer outra relação entre os indivíduos no interesse nu e cru do pagamento impessoal e insensível ‘em dinheiro’.

Em uma sociedade com essa concepção, pode a organização revolucionária do proletariado existir sem recursos financeiros, sem dinheiro para organizar a sua luta? Não, precisamos de dinheiro para imprimir panfletos, cartazes, livros, pagar passagens para reuniões, pagar o salário de revolucionários profissionais para se dedicarem exclusivamente à revolução, etc.. No entanto, como deve ser a arrecadação financeira de tal organização?

Infelizmente, na história do movimento comunista em nosso país e no mundo, não foram poucas as organizações revolucionárias que definharam e perderam seu caráter revolucionário porque se venderam para a burguesia. No “vale tudo” para conseguir recursos financeiros aqueles que em algum momento foram comunistas honestos e sinceros, verdadeiros dirigentes proletários se venderam. De fato, a burguesia, para se manter no poder, usa todas as armas de que pode dispor, da repressão política e da censura à luta ideológica sutil e cotidiana.

Nas campanhas eleitorais, os grandes empresários despejam rios de dinheiro nas campanhas de vereadores, deputados, governadores, prefeitos, etc. para financiar suas eleições. Não trata-se, porém, de um simples apoio material, trata-se de um investimento. Afinal, depois de eleitos, os políticos burgueses lutam com todas as suas forças pela manutenção da propriedade privada dos meios de produção, pedra angular do capitalismo, e para aprovar políticas que favoreçam os empresários que o financiaram. Na política do “toma lá, dá cá”, quem perde é o povo.

Assim, para uma organização revolucionária, que defenda o fim da propriedade privada dos meios de produção e da exploração capitalista, manter um financiamento independente, uma auto sustentação, é fundamental para manter uma política independente. Se “quem paga a banda escolhe a música”, deve ser a classe trabalhadora a financiadora de seu próprio partido. Assim, não são poucas as iniciativas que podemos ter nesse sentido: venda de produtos, o recolhimento de cotas de apoio dos aliados, a promoção de rifas, a organização de festas, almoços, jantares, cursos de teoria marxista, etc. são exemplos de atividades rentáveis, que ampliam a ligação da organização revolucionária com as massas trabalhadoras e permitem um financiamento independente.


A contribuição individual do militante, pedra angular da nossa política de finanças


De todas as iniciativas de arrecadação financeira que podemos ter, a mais importante, a “pedra angular”, por assim dizer, deve ser a contribuição financeira individual do militante. “A maior parte das vossas receitas financeiras deve proceder das quotizações.”. Vladmir Lenin, fundador do Partido Bolchevique e principal dirigente da revolução russa, ao discutir os critérios para ser membro do Partido, definiu três condições fundamentais: a) concordar com o programa e estatutos; b) participar em algum organismo do Partido; e c) contribuir financeiramente com o Partido.

Seguindo esta política, a União da Juventude Rebelião (UJR), organização revolucionária da juventude brasileira, desde sua fundação em 1995, definiu “São militantes da UJR as jovens e os jovens estudantes, operários, camponeses, trabalhadores e indígenas que concordam com seu programa e estatutos, participam regularmente em um de seus organismos, pagam a sua contribuição financeira regular e lutam pelos direitos da juventude e pela revolução socialista.”. Sabendo que os militantes da causa revolucionária em geral são pobres e têm poucos recursos financeiros, a Coordenação Nacional da UJR definiu que o valor da cota de cada militante é de apenas R$ 7,00 por mês ou R$ 35,00 se todo o semestre for pago de uma vez.

A contribuição é um termômetro do compromisso de cada companheiro e companheira com a revolução [...]”. Assim, o problema do pagamento das contribuições individuais não reside no alto valor das quotizações, mas na baixa consciência dos militantes sobre a importância dessa política financeira. No entanto, não será espontaneamente que este problema será resolvido. É preciso haver discussão e luta política com cada militante e em cada coletivo da UJR. Aqui, os dirigentes e secretários de finanças precisam cumprir um papel fundamental, assumir a responsabilidade para a qual foram eleitos e fazer uma discussão e cobrança sistemáticas e regulares para identificar as defensivas e debilidades, os motivos da falta de pagamento da cota e garantir que cada camarada esteja em dia com a sua contribuição financeira para a revolução.

Muitas vezes, os próprios militantes não se dão conta que a sua contribuição cumpriu o papel de ajudar na compra do megafone da manifestação que foi realizada em defesa da educação. Ou ainda, que graças a sua contribuição individual a UJR conseguiu organizar mais núcleos da rebelião em um novo estado ou ainda em alguma cidade que havia dificuldades em alcançar.  É possível crescer cada vez mais a organização revolucionária da juventude no Brasil, mas para isso, cada militante da UJR precisa enxergar o que a sua contribuição individual é capaz de fazer: propagar o socialismo através dos materiais de propaganda, fortalecer a ideologia proletária com novas  publicação de livros, possibilitar que camaradas dediquem sua vida para a causa revolucionária, formulação da nossa linha política e construção de uma organização revolucionária consequente. 

Para avançar nisso, é necessário que cada militante perceba que uma das tarefas fundamentais é garantir a nossa independência política. Garantir a nossa independência política é garantir as condições materiais. Muitas vezes, sem nos darmos conta, financiamos grandes empresas capitalistas que movimentam lucros absurdos como a Ambev (R$ 5,2 bilhões no ano de 2022), A Nestlé (R$ 47 bilhões no ano de 2022) entre outras grandes empresas capitalistas que só querem manter os status quo do sistema capitalista, mas não nos preocupamos em reservar uma parte, pequena, do valor que temos para financiar a organização que transformará a realidade do Brasil e que tem como objetivo acabar de vez com a desigualdade e a miséria do povo.

Construir uma organização revolucionária auto sustentada em um país de dimensões continentais como o Brasil, é um desafio imenso que exige de cada camarada um compromisso ainda mais profundo, porém, é o único caminho possível para aqueles que desejam o fim da opressão capitalista. Portanto, é hora de superar e aprofundar esta luta política e ganhar a consciência de cada militante para garantir que cada companheiro e companheira pague a sua cota e ajude no desenvolvimento da juventude revolucionária do Brasil na luta pelo socialismo.

A comissão de finanças da Coordenação Nacional da UJR faz um chamado para todos os militantes que almejam transformar essa realidade: fique em dia com a juventude e contribua para a revolução! Apenas com a sua colaboração nós conseguiremos avançar cada vez mais rumo à revolução e ao socialismo!


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