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QUE NENHUM CAMARADA SE AFASTE DA LUTA. NÃO SE AFASTE DE NÓS!

  • UJR Brasil
  • há 2 dias
  • 5 min de leitura

A União da Juventude Rebelião foi criada em 1995 com a tarefa histórica de organizar a indignação da juventude, vanguardear o processo de formação de quadros para a revolução, desgastar o capitalismo, tirar o poder da mão dos ricos e construir o socialismo.


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Nesses 30 anos a UJR se tornou uma organização nacional, inserida em centenas de bairros, escolas e universidades, organizando e participando ativamente das principais lutas pela educação e pelos direitos sociais da juventude e dos trabalhadores.

Mas, não é sem obstáculos que avançamos. Entre os problemas, esta a dificuldade de alguns camaradas permanecerem em nossas fileiras e não é incomum um fluxo grande de entradas e saídas no censo dos estados.

As motivações dessas saídas são diferentes: uma parcela saí da organização pela falta de assistência cotidiana nos núcleos; outros não leram o programa e o estatuto com a profundidade necessária e não chegam a ir para a primeira reunião de coletivo, apresentando que não entenderam bem a proposta ou que ingressaram na euforia e depois pensaram melhor.

Todas essas questões não podem ser tratadas como se não acontecessem. Pelo contrário, devemos aprofundar esse debate, melhorar nosso trabalho de recrutamento e assistência. Só assim vamos diminuir esses números de saídas e garantir um maior crescimento de nossas fileiras.

No entanto, outra questão vivenciada é de camaradas que ingressam na UJR , participam ativamente das reuniões e tarefas, mas acabam depois de um tempo se afastando. Dizem “eu concordo com a linha política, com as lutas que a juventude faz, mas eu particularmente não dou conta, não tenho tempo, estou sobrecarregado”.


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De fato, ouvir ou até pensar isso não é nenhuma surpresa, pois rotineiramente, quase sem percebermos, a máquina de propaganda dos ricos nos convence de que “é preciso cuidar primeiro de si antes de cuidar dos outros”, “de que não vale a pena se preocupar com os problemas do mundo porque nós já temos os nossos próprios”, ou de que o capitalismo é forte demais para ser derrotado, e que lutar portanto é uma ação “infrutífera”, um trabalho cansativo que “não leva a lugar nenhum”.

Se utilizarmos o conhecimento da teoria marxista-leninista para analisar essa situação, compreenderemos que não estamos organizando nossa juventude longe dos problemas da sociedade capitalista. Pelo contrário, estamos organizando-a em pleno campo de batalha da luta de classes. Portanto, as opiniões e decisões não aprecem espontaneamente na personalidade de cada um de nós. Existe uma disputa feroz de nossas consciências para permanecermos apáticos e inertes à exploração.

Por isso, todos nós, enquanto quadros combatentes da UJR, temos que lutar para que nós e nossos camaradas não se afastem e desistam de lutar. Para isso, temos que cuidar da nossa formação ideológica, tanto na questão teórica como nas tarefas práticas. Só assim saberemos como melhor dar as respostas aos problemas enfrentados no dia-a-dia.

É necessário desmascarar as mentiras que a corja burguesa divulga, revelando inclusive onde está a verdadeira alegria de viver. É necessário combater a falsa ideia de que “cuidar da própria vida” é sinônimo de abandonar a luta e o partido.

Afinal de contas, o que propaga a burguesia quando entoa essa palavra de ordem? Fundamentalmente, o objetivo deles sempre é desunir e desorganizar o povo, isolar os jovens e os trabalhadores em seu “próprio mundo” inclusive de maneira rasteira e perversa através das redes digitais.


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Assim, os chamados problemas pessoais aparentam ser só seus, só do seu grupo familiar, quando na verdade em todos os casos os problemas que a classe trabalhadora enfrenta são problemas sociais e, portanto, só serão solucionados de uma vez por todas socialmente e não individualmente. Ou seja, cuidar da própria vida é estar reunido e organizado coletivamente, dividir os problemas com o coletivo. Nos ligar às massas que passam exatamente pelos mesmos problemas do desemprego e do baixo salário, da falta de tempo e de condições de cuidar da saúde.

A realização e vontade de viver de uma pessoa não se mede pelos bens materiais que ela possui. Fosse assim as pessoas da classe média e da burguesia não teriam problemas familiares, psicológicos e até mesmo materiais. Por isso, nossa postura diante da vida é fundamental para estarmos bem. Ser comunista nos faz ter um propósito, nos importamos com nossos camaradas, amigos e familiares. Buscamos ser solidários, coerentes, humildes e manter a perspectiva revolucionária que é possível viver em mundo melhor.

Prova disso é que nos entusiasmamos com a experiência de ter vitórias em nossas lutas como a conquista de uma nova escola no bairro, um novo bandejão para alimentar os estudantes que mais precisam, a abertura de bolsas e moradias estudantis. Nos enchemos de felicidade ao fazer uma ocupação de moradia, tomando de assalto uma propriedade privada abandonada em conjunto com centenas de famílias, especialmente de mulheres cansadas, porém, famintas de comida e de poder.

Comemoramos a união dos trabalhadores em luta, em greve, vencendo a ganância do patrão, parando as máquinas e só assim conquistando aquele sonhado aumento salarial. Em momentos de repressão, nos preenchemos de coragem, de honra, ao ver nossas camaradas enfrentando a violência do Estado de cabeça erguida, defendendo nossas bandeiras de luta. Saímos de brigadas do Jornal A Verdade com mais energia do que entramos porque conversamos com pessoas simples que apostam e confiam muito em nós.

Agora imagine, se em vez de viver tudo isso, sermos apenas condenados a acordar ainda de madrugada, ir ao trabalho em ônibus e metrôs lotados, sermos humilhados durante o trabalho, voltar pra casa e no caminho se deparar com dezenas de pessoas fuçando o lixo, ligar a TV e ver o genocídio do povo palestino e outras tragédias sendo transmitidas, ficar ansioso por não saber se consegue pagar as contas, escolher se endividar com cartão de crédito para comprar algo ou passear no final de semana, dormir com um pouco de fome porque não deu para fazer mercado direito e acordar no dia seguinte para fazer tudo igual. Pois bem, é a essa vida que o capitalismo condena milhões de pessoas enquanto meia dúzia de parasitas bilionários não trabalha, não passa sufoco, não passa fome, esbanja, é gananciosa, é preguiçosa, hostil e odeia trabalhador.

Dessa maneira, precisamos travar uma luta decidida contra o individualismo e pela apropriação e assimilação da ciência marxista-leninista se quisermos garantir que nossa militância persista e resista aos ataques ideológicos contra a organização da nossa classe, contra a ideia de que mesmo no capitalismo, se fizermos isso ou aquilo, talvez estejamos mais próximos da vida que leva a burguesia do que a vida que leva a classe trabalhadora.

Para fazer essa luta, faz diferença na hora do recrutamento ler junto os documentos da juventude, explicar e discutir profundamente as ideias do socialismo que ali expomos. Faz diferença encontrar os camaradas no dia a dia para além das reuniões, para almoçar, ir a um teatro, fazer algum esporte, se conhecer melhor, conversar! Também faz diferença prezar pela ligação de cada militante com a massa, para que ele sinta e veja com seus próprios olhos a força e a vontade de lutar que o nosso povo tem. Acompanhar e compartilhar os aprendizados que temos com nossos estudos individuais. Fazer reuniões em que estudamos e debatemos lutas econômicas, políticas e ideológicas e não apenas tiramos lista de tarefas de maneira burocrática.

Por fim, principalmente, faz diferença decidir não desistir quando um camarada aos poucos se afasta da nossa organização, se afasta de nós. Não podemos nos dar ao luxo de abandonar nenhum camarada, nenhuma luta política e ideológica, muito menos de atrasar a tarefa histórica que cabe a nossa geração cumprir. Precisamos formar nosso exército revolucionário para enterrar de vez o capitalismo e viver enfim com a felicidade da classe operária que tudo produz e que de tudo possa usufruir.

Reafirmamos assim, camaradas, que nossa palavra de ordem deve ser uma vez comunista, sempre comunista! Trabalhemos para mapear todos os nossos camaradas que temporariamente foram ganhos pela ideologia burguesa, para a partir disso realizarmos todos os esforços para ganhá-los novamente para o lado da luta, do coletivo e do socialismo!


Coordenação Nacional da UJR

 
 
 

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