Manifestações em várias capitais e cidades do interior mobilizaram mais de meio milhão de pessoas. Pauta central foi o “Fora Bolsonaro”. PM de Pernambuco reprimiu brutalmente os manifestantes. Novas manifestações já se organizam para as próximas semanas.
Neste último sábado (29), mais de 500 mil pessoas compareceram às manifestações de rua convocadas por partidos, sindicatos e movimentos sociais, em cerca de 200 cidades do Brasil, defendendo o “Fora Bolsonaro”. O movimento contou também com adesão de cidades no exterior, mais notadamente na Europa, como Lisboa, Paris e Amsterdã.
Em São Paulo ocorreu a maior mobilização do país, com cerca de 200 mil pessoas concentradas na Avenida Paulista. No Rio e em Belo Horizonte, o ato reuniu mais de 50 mil participantes. Em Brasília, 30 mil manifestantes se juntaram na Esplanada dos Ministérios.
Aconteceram passeatas e manifestações no Norte e Sul do país. Em Belém do Pará, o ato reuniu 7 mil pessoas. Em Porto Alegre, a manifestação juntou mais de 10 mil. No Nordeste, dezenas de cidades registraram manifestações, sendo as maiores em Salvador, Maceió e Recife. A capital baiana recebeu mais de 10 mil manifestantes contra o governo Bolsonaro. No Centro Oeste, além da capital federal houve atos em outras cidades, principalmente Goiânia que registrou cerca de 10 mil pessoas em passeata.
A palavra de ordem principal dos protestos foi o “Fora Bolsonaro!”. As manifestações também reivindicaram o fim e reversão das privatizações, o aumento do auxílio emergencial e a defesa da vacinação em massa e imediata. Foi generalizada a preocupação com a proteção sanitária. Todos os manifestantes estavam de máscaras e utilizavam álcool em gel. A maioria usava máscaras PFF2 que haviam sido distribuídas em redes de solidariedade organizada durante a última semana. O distanciamento social também foi observado em todas as manifestações.
“Maiores manifestações desde o Tsunami da Educação”, afirma Leonardo Péricles, presidente da UP
Segundo o presidente nacional da Unidade Popular, Leonardo Péricles, “são as maiores manifestações desde o Tsunami da Educação, ainda em 2019. É o maior processo de mobilizações populares desde o início da pandemia”. Para ele os atos são consequência da política de ataque do governo Bolsonaro ao povo. “Metade da população do nosso país hoje vive em insegurança alimentar. Na verdade metade da população do Brasil passa fome. Nós vemos um auxílio emergencial de miséria, ridículo. Ele não dá conta de comprar o gás e uma compra básica que dê para o mês. E isso porque milhões estão submetidos ao desemprego.”, completou.
Em Recife, PM ataca brutalmente os manifestantes
Na capital pernambucana, o ato que reuniu cerca de 10 mil pessoas no Centro foi reprimido pela Polícia Militar. A marcha que saía pacífica da Praça do Derby pelas ruas do Recife respeitando as medidas sanitárias sofreu ataques de bombas, bala de borracha e spray de pimenta. A ação violenta da polícia foi acompanhada ao vivo pelo Jornal A Verdade.
No ato, a PM atacou a vereadora Liana Cirne (PT) com spray de pimenta. Enfileirados e atirando centenas de balas de borracha nos manifestantes, os policiais acertaram um pedestre que não participava do ato. O autônomo Daniel Campelo da Silva, de 51 anos, foi atingido no olho esquerdo perdendo completamente o globo ocular. Ele não participava da manifestação e havia ido ao centro apenas para comprar suprimentos para seu trabalho.
O governador Paulo Câmara (PSB) afastou os policiais e os comandantes envolvidos na operação. No entanto, até agora o governo pernambucano não aplicou nenhuma pena aos PM’s que cometeram os crimes em flagrante.
Cobertura da mídia burguesa foi ridicularizada nas redes e na imprensa internacional
Foi muito rechaçada nas redes sociais e nas manifestações a falta de cobertura jornalística da chamada “mídia tradicional”. Durante toda a manhã, enquanto ocorriam a maioria das manifestações, os principais canais de notícias da TV não mostravam os atos. A cobertura só começou a acontecer de fato no meio da tarde, quando a imprensa internacional já havia divulgado a dimensão das mobilizações e ainda assim ficou restrita principalmente à imprensa escrita.
A situação foi tão constrangedora que o correspondente do jornal britânico The Guardian no Rio, Tom Phillips, perguntou em sua conta do twitter “Por que a GloboNews não está cobrindo esses protestos?”. Embora todos os dias os principais jornais façam editoriais e colunas contra o governo, mais uma vez demonstram a desonestidade de sua linha editorial, escondendo a informação da população sobre a revolta contra o fascista do Planalto. Esse movimento foi uma tentativa clara de apagar as outras pautas, como a reversão das reformas neoliberais e o fim das privatizações.
Em que ano juventude conseguiu essa mobilização? Vocês deveriam tomar vergonha na cara...nunca conseguiram levar nem a metade de manifestantes vagabundos nas ruas. Papel aceita tudo mesmo...no Brasil temos muitos jovens tranviados pela esquerda...mas graças à Deus nunca chegará a esta proporção.