Quanto mais separamos o jovem de sua cotidiana, mais difícil será incorporá-lo a atividade revolucionária.
A globalização e o desenvolvimento tecnológico são fatores influentes na construção da identidade da juventude, e impõem permanentemente as visões culturais do imperialismo, tem redefinido padrões de consumo e intensificado as diferenças no acesso as oportunidades e nas suas condições de vida.
Assim, a atual face da juventude é cada vez mais ampla e dinâmica. É necessário entender a juventude como um setor da sociedade em constante mudança, e também no qual as ideias dominantes geram efeitos nocivos em seu comportamento político, frente ao qual o trabalho dos revolucionários não pode ser, de nenhuma forma, rígido. É necessário afirmar o sentido democrático das organizações revolucionárias e suas diferentes táticas.
Esta condição deve ser trabalhada em duas abordagens: 1. Na ação pública da organização e sua face pública para as massas; 2. No trabalho de organização dos militantes.
1. A organização revolucionária tem como necessidade básica seu permanente crescimento numérico, para isto precisa aumentar sua presença na atividade de massas. A presença que deve ter a JRE (1) entre a juventude deve ser permanente, de forma que mostre sua luta pela revolução e pelo socialismo, que exponha de forma clara seus princípios, e também expresse sua ação política acerca dos principais problemas e aspirações imediatas da juventude (educação, emprego, lazer, saúde, arte, cultura, etc.) tanto nos aspectos gerais quanto nos particulares.
Esta ação demonstrará a presença da JRE e de seus dirigentes entre as massas juvenis, combaterá no terreno das ideias, as concepções do capitalismo e o correísmo (2) na sociedade e em seus diferentes aspectos, na medida que esta ação seja cada vez mais incisiva, será também mais qualificada e com isso o exercício da politização juvenil cada vez mais elevado.
Este trabalho será fundamental para nos apresentar como a alternativa organizativa e política para a juventude, o que fará com que um número cada vez mais maior de jovens se vincule a JRE.
2. Os jovens que olhem para a nossa organização com expectativa, que sejam objeto de sua politização, que se vejam representados em sua política e se vinculem em sua atividade prática, devem ser observados e compreendidos de forma adequada e com prontidão. É necessário determinar o jovem que chega as fileiras da organização, há que se ter em conta suas expectativas políticas e materiais, suas preferências estéticas, musicais, desportivas, de maneira que sua formação militante responda a estas aspirações.
É indispensável compreender que o jovem que ingressa na JRE provém de um histórico social, que determinou, até agora, seu ser social, sua identidade enquanto jovem, que tem um acúmulo de aptidões e habilidades, que requerem uma orientação política revolucionária. É fundamental entender esta diversidade. Na medida em que esta condição seja cumprida, o ingressar será cada vez mais multilateral e objetivo, porque as características pessoais do militante estarão postas ao serviço da organização.
Isto sem dúvida contribuirá para a formação de um tipo de militante muito mais qualificado, com um grande sentimento democrático, propositivo e criativo, referência entre os jovens, o que constituirá um reforço fundamental para melhorar o trabalho revolucionário da JRE.
JUVENTUD REVOLUCIONARIA DEL ECUADOR (JRE)
Extraído do site do jornal En Marcha
Notas:
(1) A Juventude Revolucionaria del Ecuardor (JRE) é organização-irmã da UJR.
(2) Termo usado para designar as práticas do governo Correa no Equador.
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